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Novo Banco. O negócio da GNB Vida e o magnata que espiava as namoradas – Observador

Novo Banco. O negócio da GNB Vida e o magnata que espiava as namoradas – Observador

NOTÍCIAS FINANCEIRAS

Novo Banco. O negócio da GNB Vida e o magnata que espiava as namoradas – Observador

Foi isso que foi feito até à venda, que viria numa altura (2019) em que já se perspetivava um ambiente de taxas de juro muito baixas na zona euro. Com a pandemia, essas perspetivas estão ainda mais reforçadas: as taxas de juro vão continuar em mínimos históricos por vários anos – o que torna o valor da GNB Vida, mesmo aquele pelo qual acabou por ser vendida, uma “miragem“, diz fonte do setor segurador: “Está longe de ter sido uma pechincha, um negócio da China – ainda mais com o que se sabe agora” sobre como as taxas de juro vão continuar a penalizar as seguradoras.
Ou seja, na opinião deste especialista, este dificilmente acabará por se revelar um bom negócio para o fundo que comprou a GNB Vida – e poderia ser mais ruinoso para o comprador se tivesse sido feito nos termos em que foi acordado, por 190 milhões, com a Global Bankers do polémico Greg Lindberg.

Greg Evan Lindberg é um empresário californiano formado em Yale que ainda antes de terminar os estudos, em 1993, formou a empresa que se viria a transformar na Eli Global, uma das principais empresas que compõem o seu conglomerado nos setores dos seguros e das finanças. Seria uma subsidiária de outra entidade por si controlada, a Global Bankers, que se disponibilizou para comprar a GNB Vida ao Novo Banco por um valor que seria, no mínimo, o dobro das outras ofertas.
Apesar de ter acumulado uma riqueza milionária – em 2017 a sua riqueza foi estimada em 1,7 mil milhões de dólares (quase 1,5 mil milhões de euros) – só ganhou maior notoriedade pública quando começou a fazer elevados donativos políticos no estado da Carolina do Norte (sobretudo a republicanos mas, também a democratas – não tem filiação partidária reconhecida).
Até essa altura, Lindberg era geralmente bem considerado pelos colaboradores, visto como uma espécie de Steve Jobs – descontraído mas altamente focado e capaz: “era capaz de pegar numa síntese financeira de uma empresa e dizer imediatamente se a empresa ia ter sucesso ou ia colapsar”, disse um ex-colaborador citado pelo News Observer. Outros ex-colaboradores acusam-no de ser impiedoso a deslocalizar operações dos EUA para países como a Índia. Isto além de ter um estilo de liderança “intimidatório”.
O envolvimento na política acabou, porém, por virar os holofotes na sua direção, o que lhe tirou tempo para o envolvimento diário nas atividades das empresas, designadamente da Eli Global, que se dedica a comprar empresas em maiores ou menores dificuldades e rentabilizá-las. “Uma coisa é certa: Lindberg não é, de todo, um gestor tipo fundo-abutre, raramente vende as empresas onde investe“, recorda fonte do setor segurador português, que conhece pessoalmente o magnata e acompanhou o seu percurso.
Foto: GREG LINDBERG/ROBERT BROWN PUBLIC RELATIONS/ASSOCIATED PRESSNuma fase em que o envolvimento na política se acentuou – e nem sempre sendo coerente com os apoios ora a iniciativas dos republicanos ora dos democratas do North Carolina – Greg Lindberg foi apanhado num escândalo de alegado suborno ao regulador estatal que supervisionava a atividade das suas seguradoras, o “comissário” Mike Causey.Com base em gravações secretas nas quais Lindberg prometia milhões para campanhas políticas (a troco da nomeação de uma pessoa especifica para supervisionar as suas empresas), o magnata foi constituído arguido no início de abril de 2019, coincidindo com o processo de venda da GNB Vida, e acabou por ser considerado culpado cerca de um ano depois – em março desde ano. Agora, já em agosto, ficou a saber-se que o Tribunal Federal recusou o pedido da defesa para um novo julgamento.A defesa de Lindberg passa por alegar que “fizeram a cama” ao magnata, concretamente um político que armadilhou o empresário, manipulando-o e dando-lhe a entender que a oferta de um suborno na forma de donativos seria algo que garantiria a nomeação que Lindberg preferia. Na impossibilidade de ter um novo julgamento, Lindberg aguarda que lhe seja lida a sentença, que pode atingir 20 anos na cadeia.Para trás ficam os tempos em que Lindberg, filho de um piloto de aviões, comprou uma mansão em Raleigh, Carolina do Norte, por 5,5 milhões de dólares – na altura o negócio imobiliário mais caro da história do estado norte-americano – e gastava milhões em iates e jatos privados.Após o início das investigações, a mansão foi posta novamente à venda. E foi nessa altura, também, que começaram a chegar à imprensa notícias comprometedoras sobre a conduta de Lindberg na sua vida pessoal. Depois de em 2017 se divorciar da ex-mulher, Tisha, com quem tem três filhos, Lindberg iniciou relacionamentos amorosos com várias mulheres. Em outubro de 2019, o The Wall Street Journal revelou que o magnata contratava detetives privados para perseguir essas mulheres, tirando fotos, colocando localizadores GPS nos carros e fazendo relatórios sobre encontros que estas mantinham com outros homens.Havia, entre essas pessoas, antigas “misses” e capas de revistas como a Sports Illustrated. Algumas dessas mulheres tinham assumidamente uma relação com Lindberg, outras (ainda) não – uma delas, inclusivamente, era alguém que o magnata estava a preparar para ser doadora de óvulos para futuros filhos que o californiano planeava ter. Pelo menos algumas das mulheres saberiam que estavam a ser seguidas – e o próprio Greg Lindberg confirmou que essa era uma prática que tinha concretizado, mas apenas para proteger as mulheres em causa de, potencialmente, caírem em estilos de vida perigosos como o consumo de drogas.


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