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Moody’s. “Confiamos que Portugal irá aproveitar ao máximo” a ‘bazuca’ de fundos europeus – Observador

Moody’s. “Confiamos que Portugal irá aproveitar ao máximo” a ‘bazuca’ de fundos europeus – Observador

NOTÍCIAS FINANCEIRAS

Moody’s. “Confiamos que Portugal irá aproveitar ao máximo” a ‘bazuca’ de fundos europeus – Observador

Que medidas é que o Governo deve dar mais prioridade, nesta fase?Não posso pronunciar-me sobre aquilo que “deve ser feito”, isso depende dos políticos saberem o que devem fazer. Apenas olhamos para aquilo que foi feito noutros países, mas uma coisa da qual falamos no relatório é que Portugal tem níveis de inovação relativamente baixos. Não estamos só a falar de investimento em pesquisa e desenvolvimento (R&D) mas, sobretudo, de falta de ligação entre alguns locais onde os investimentos de R&D estão mais concentrados (como as universidades) e o setor privado. Essa ligação não é muito próxima, em Portugal e em alguns outros países. Como dizia, Portugal tem um conjunto de pequenas oportunidades que as autoridades podem escolher aproveitar ao máximo.
É aí que pode entrar o estímulo orçamental europeu, a chamada “bazuca”?Sim, a forma como os fundos de recuperação funcionam, pelo menos em princípio, é que são uma mistura de subsídios e empréstimos que estão disponíveis mas com a expectativa de que, ao mesmo tempo, sejam feitas reformas promotoras do crescimento – para que não seja só um impulso esporádico, cíclico, mas algo que tenha um efeito positivo de longo prazo.
Portugal foi dos que menos gastaram na zona euro em 2020 para combater pandemia. O que estão os outros a fazer

Mas, antes de irmos aos fundos europeus, o que vimos é que Portugal foi um dos países que menos estão a gastar – em proporção do seu PIB, claro – no combate aos impactos negativos da pandemia, segundo dados do ano passado da Comissão Europeia. Não devia ser ao contrário, tendo Portugal uma economia com grande dependência de setores muito atingidos, como o turismo?Como dizia, não posso pronunciar-me sobre o que deve ou não fazer-se – só avalio os resultados. E o que pudemos ver em 2020 é que, sendo inegável que a contração económica foi significativa – 7,6% – na verdade foi menos grave do que vimos em França, por exemplo, onde a economia caiu mais de 8%. Também foi uma contração menor do que vimos em Itália. E, portanto, embora o Governo [português] não tenha gasto tanto quanto outros países, também pudemos ver que a economia demonstrou uma resiliência maior do que a que se viu noutros países.
Na chamada “primeira vaga” do vírus, Portugal entrou em confinamento cedo, conseguiu dominar a transmissão comparativamente bem. Nesta nova “vaga”, porém, estamos entre os piores países do mundo em termos de contágio e pressão sobre o SNS. Como é que isso vai afetar as vossas previsões para a economia portuguesa?Significa que o ritmo da recuperação em 2021 será mais lento. Cortámos severamente as nossas previsões para este primeiro trimestre e, ao rever as projeções para 2021, claramente assumimos uma visão mais pessimista para este primeiro trimestre, mas achamos que o ritmo da recuperação vai acelerar à medida que o ano avança. Mesmo antes disto, nós já tínhamos expectativas mais realistas [comparativamente com outros economistas e entidades de mercado] sobre aquilo que seria possível crescer na primeira metade deste ano, de um modo geral.
Por causa do turismo, que poderá recuperar mais lentamente?Nunca achámos que o turismo iria voltar ao normal este ano… Ainda assim, acreditamos que uma proporção significativa da população europeia estará vacinada até ao verão e isso irá, provavelmente, tornar as pessoas mais disponíveis para viajar. E é preciso lembrar que Portugal é um destino de férias para onde se pode ir de carro (do ponto de vista de alguns dos seus principais mercados), o que não acontece com outros destinos para onde se tem de ir de avião. Além disso, há um turismo doméstico que tem potencial para ser importante e há uma diáspora de emigrantes que vão querer voltar ao seu país para ver a família nas férias. Ou seja, para ser clara, não antecipamos que o turismo volte aos níveis pré-pandemia, este ano, mas acreditamos que o setor do turismo vai ter um 2021 melhor do que se receia.


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