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Depois do Furacão Ida, refinaria da Shell no Luisiana está a libertar um fumo negro fora do normal

Depois do Furacão Ida, refinaria da Shell no Luisiana está a libertar um fumo negro fora do normal

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Depois do Furacão Ida, refinaria da Shell no Luisiana está a libertar um fumo negro fora do normal

Um fumo negro e espesso está, desde a passagem do furacão Ida, a sair das torres da refinaria da Shell em Norco, no estado norte-americano do Luisiana — numa zona conhecida como “Cancer alley” (na tradução em português, o “beco do cancro”). A situação está a deixar a comunidade local em alerta, mas com os sistemas de monitorização da qualidade do ar em baixo, devido à força do furacão, não é possível saber já qual a quantidade e intensidade dos gases que estão a ser libertados para a atmosfera.O The Guardian explica que o fumo negro resulta de uma tentativa de queimar produtos químicos através de chaminés cobertas com chamas (“flares”). Esse procedimento chama-se flaring e é comum em situações de alerta, como na passagem de furacões, para reduzir o risco de explosões. Através deste sistema, as refinarias tentam, segundo uma queima que é controlada, eliminar o excesso de gases, mas também de fluidos que são produzidos durante o processo de refinamento. Ainda que seja um procedimento poluente, é menos prejudicial para o ambiente do que a emissão direta para a atmosfera.O problema é que a intensidade do furacão apagou as chamas, levando, juntamente com a falta de energia, a que os resíduos tóxicos estejam agora a ser incorretamente libertados para o ar, o que resulta num fumo espesso e negro. Os efeitos são nefastos para o ambiente e, potencialmente, para a saúde das populações que vivem naquela localidade.As imagens da destruição do furacão Ida no Estado do LuisianaA Shell está obrigada a reportar episódios de flaring fora do normal ao Departamento de Qualidade Ambiental do Luisiana — a agência que monitoriza a qualidade do ar naquele estado. Só que como o sistema de registos do departamento está suspenso devido ao furacão e à falta de eletricidade, a agência diz não saber se essa informação foi submetida ou não pela gigante petrolífera. A isso acresce que os sistemas de monitorização da qualidade do ar estão em baixo, também devido às falhas de energia provocadas pelo furacão.

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Ao The Guardian, um porta-voz da petrolífera avança que a Shell ainda está a avaliar o impacto do furacão na refinaria de Norco e numa outra em Geismar, também no Luisiana. “Embora o local permaneça seguro, estamos a ver um flaring elevado. Estimamos que continue até que a energia seja reposta”, disse Curtis Smith.Cerca de 50% da capacidade de refinação de petróleo dos EUA está situada junto ao Golfo do México, o que pode ter efeitos nefastos em caso de furacão. Em 2017, em poucos dias após a passagem do furacão Harvey, os níveis de poluição do ar atingiram 39% do total de emissões não autorizadas no ano anterior, em Houston, no Texas.A tempestade Ida foi a quinta mais poderosa a atingir os EUA. No Luisiana, no domingo, provocou rajadas de vento de 240 quilómetros por hora e prejuízos de dezenas de milhares de dólares, devido às inundações e outros danos, nomeadamente na rede elétrica. Dezenas de pessoas morreram nos EUA — só no Louisiana terão sido mais de dez. Quase um milhão de pessoas ficaram sem eletricidade ou água potável.


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