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As 7 tiradas mais memoráveis de Joe Berardo, o empresário “pessoalmente” sem dívidas

As 7 tiradas mais memoráveis de Joe Berardo, o empresário "pessoalmente" sem dívidas

NOTÍCIAS FINANCEIRAS

As 7 tiradas mais memoráveis de Joe Berardo, o empresário “pessoalmente” sem dívidas

A poucos dias de celebrar 77 anos de idade, Joe Berardo foi detido pela PJ por suspeitas de fraude à CGD. Dos primeiros anos após o regresso a Portugal até à mítica audição parlamentar de maio de 2019, recordamos sete tiradas que marcaram o percurso do empresário madeirense, da ascensão à queda.A par do sonoro “ah ah ah” que marcou a audição parlamentar sobre a Caixa Geral de Depósitos, quando lhe perguntaram se admitia perder o controlo sobre a coleção de arte, a tirada mais marcante da comissão de inquérito foi quando Berardo disse que “pessoalmente” não tinha qualquer dívida.O empresário resguardou-se no facto de os empréstimos que contraiu junto da Caixa Geral de Depósitos, considerados dos mais ruinosos para o banco público que teve de ser recapitalizado em 2016, estarem em nome de entidades como a Fundação Berardo, uma IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social), ou da empresa Metalgest — e não no seu nome.A Caixa está a custar uma pipa de massa? “A mim não”, disse Berardo

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Berardo também dizia que não era dono da famosa coleção de arte Berardo. Uma coleção que, de facto, pertence à Associação Coleção Berardo. Mas quem manda na associação? “Sou eu”, respondeu.Exatamente 10 anos antes, em entrevista ao jornalista Mário Crespo, Berardo dizia que quando se contraem dívidas não se é mal-intencionado – há uma intenção de pagar. Já nessa altura tinham azedado os empréstimos feitos para o investimento em ações do BCP, que subiram até máximos plurianuais no verão quente de 2007 (a guerra de poder entre Jardim Gonçalves e a ala de Paulo Teixeira Pinto) mas colapsaram nos meses seguintes, com a crise financeira internacional.Muito à conta de empréstimos feitos pelo banco público, Joe Berardo assumiu-se como maior acionista individual do BCP, posicionando-o para ter um papel importante no futuro do banco que era dos maiores, privados, em Portugal, a par do BES. “Não sou dono do BCP, sou investidor, sou investidor na bolsa. O meu ativo já diminuiu, e muito, como o de todos nós”, acrescentava Berardo.Berardo foi muito crítico de Jardim Gonçalves, o banqueiro que fundou o BCP. “Um homem que levou [um banco] à bancarrota e tem uma passadeira vermelha estendida pelos políticos… E agora escreve livros…”, ironizava Berardo.O empresário madeirense procurou marcar a diferença em relação a gestores como Jardim Gonçalves. “Compro e vendo o que é meu. Estes homens não fazem isso”, afirmou Berardo, antevendo que as coisas iam “acabar mal para Jorge Jardim Gonçalves” porque “não se pode viver acima da lei.”Sobre Jardim Gonçalves. “Senti nele uma certa arrogância. Ele viu que eu era uma pessoa comum”“Ainda se fosse um ignorante, mas um presidente de um conselho de administração que diz – coitadinho – ‘não sabia que o meu filho tinha um emprego de 20 milhões’”, uma referência às atividades empresariais de um filho do banqueiro (que, na realidade, pagava 2,5 milhões por ano).Foi outro momento icónico da comissão parlamentar de inquérito de 2019 – em diálogo com o deputado Duarte Marques, do PSD, Joe Berardo deixou escapar uma das várias falhas de comunicação que acumulou durante aquela audição.Apesar dos constantes avisos do advogado André Luiz Gomes (também detido esta terça-feira) para se contar e não falar demais (ou de forma demasiado extravagante), Joe Berardo ripostou a Duarte Marques dizendo que a ele não lhe estava a custar uma pipa de massa a recapitalização do banco público, paga pelos contribuintes e negociada com a Comissão Europeia.Em 2007, Berardo dizia ser contribuído “muito” para acabar com a segregação racial na África do Sul, o aparheid. “Fui para a África do Sul, tentei ajudar o povo africano. Contribuí muito para acabar com o sistema do apartheid”, afirmou Berardo.“Eu e o doutor Almeida Santos tentámos que se assinasse um acordo. Foi uma das grandes coisas que fiz pela Humanidade”. Foi pelo envolvimento nessa situação que Joe Berardo recebeu, em 1979, o grau de Comendador, pela Ordem do Infante D. Henrique, entregue pelo Presidente da República Ramalho Eanes.O futebolista Rui Costa foi um dos alvos da frontalidade de Joe Berardo, que dizia que a sua “única forma de estar na vida é frontalmente” – “é dizer o que sinto”.Criticando o facto de o internacional português Rui Costa ter passado os melhores anos da carreira em Itália, Berardo dizia que, com o regresso do centrocampista, a equipa do Benfica ficou ainda mais “fraca”, era “um lar de terceira idade”.“O Rui Costa diz que gosta muito do Benfica. Então porque é que não jogou lá quando tinha 25 anos?”“O Rui Costa diz que gosta muito do Benfica. Então porque é que não jogou lá quando tinha 25 anos? Então, ‘fuck him’!”, uma forma pejorativa de dizer “vá-se lixar”, em inglês.Em entrevista à jornalista Anabela Mota Ribeiro, publicada no Jornal de Negócios no tal “verão quente” de 2007, Berardo mostrava a ambição que lhe corria nas veias. “Não é bem de ser o primeiro. É de ganhar. Todos nós. Quem é que não gosta de ganhar? Há pessoas que têm na mentalidade: ficaste em segundo, ficaste em primeiro dos últimos… É uma consolação. Eu não quero ser consolado. Eu quero ganhar”.“Para mim, o segundo, o terceiro, o quarto lugar, means nothing”, ou seja, não significa nada para o empresário. Esta ambição estava a demonstrar-se, naquele momento, na intervenção na luta pelo poder no BCP, contra Jardim Gonçalves – outro madeirense que Joe Berardo conhecia há muitos anos.“A primeira vez que o vi, eu era presidente de um banco na África do Sul. Senti nele uma certa arrogância. Ele viu que eu era uma pessoa comum. Que não vinha do clube deles”, comentou Joe Berardo, rematando: “Não é fácil combater com uma associação muito poderosa como é a Opus Dei”.


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